
De agonias de ventos fortes, pulsantes.
Produzir no silêncio, ouvir as conversas nas entrelinhas, escutar as músicas pelas melodias. Por entre silêncios, perceber o que não é dito, sentir o que não é verbalizado.. É no silêncio, nas vírgulas,nas reticências, nas gargalhadas, nos olhares, na energia. É lá que reside o que é verdadeiro. Por entre silêncios...note.
Avança com passos de bailarina, mistura o norte com o oeste.
E de lestes viventes pulsa o brilho de um solo deslizante.
Não cai nas tentativas de um número para um teatro intimista.
Uma dança ensaiada, um calor circundante, um afeto bailante.
Quantos voltas e desvoltas de um sorriso pra lá de vibrante.
Perdeu o tempo que sofreu, ganhou o futuro que reinará.
Importa a noção limitada de um relógio que marca a hora errada?
Pois não, não há tempo contado, não há hora determinada.
É do infinito, do espaço, do vácuo que então existe tudo.
Existirá o tudo, o mundo e o sempre.
De sempres, eternos, constantes e levantes do silêncio então,
Parará o tempo, congelará o momento e assim retornará.
Retornará aos passos de bailarina, cheios de sabores de sul,
E esperanças de inúmeras direções.
Está para chegar o dia do espetáculo final, a dança triunfal.
Lacunas a serem preenchidas.
Novos passos a serem criados.
Balé de dois.