domingo, 10 de agosto de 2008

Perdição


De agonias de ventos fortes, pulsantes.
Nasce aqui a angústia constante de um presente dilacerante
Linha por linha,voz por voz, fala por fala digo para ti.
Repito para mim.
Desdém inútil, não há como fugir da pressão de si.

As canções reconfortam, explodem, exorcizam fardos que agarram as pernas.
Arrastam para o fundo, levam consigo todo a beleza de  detalhes íntimos.
Afogam os lampejos, destroem os desejos.
Por onde encontrar as frestas que conduzem às luzes?

Doem os dias nublados, enfraquecem as ações repetitivas, enlouquecem as energias negativas.
Todo o dia.
Todo o caminho.
De casa para a rua.
Da rua para a casa.
Volta e meia. Meia e volta.

Abatimento, enclausuramento, espaços milimétricos.
Lesões internas, enfraquecimento da mente, replay dos mesmos takes.
Opções milhares, universos trilhares, sufocamento infinito.

Perdeu o momento mas ganhou o outro segundo.
E foi desse segundo do momento perdido que se achou enfim.
Levantes de tristeza, conjunto de alegrias.
Peca-se para encontrar a virtude, e do caminho mais longo e sacrificante encontra-se a sabedoria.