sexta-feira, 13 de junho de 2008

Pensamentos humanos


Lavou a alma com odores de saudades.
Limpa teu céu de borboleta.
Um dia...
Um dia achou que as palavras poderiam ser pronunciadas de maneiras diferentes.
Acreditou que bastaria olhar para que milhares de novos verbetes viessem à tona.
E por sentir que seria possível, cumpriu seu destino de compreender.
Por mais incompreensível que parecesse, à princípio, seus pensamentos de velcro.
Grudam e encaixam-se uns aos outros.
Fragmentam-se, conectam-se pelas beiras.
Ilusões tecidas de retalhos de imaginações alheias.
Entrelaçou reflexões perdidas no espaço.
Uma imensidão de buracos negros magnetizados, atraídos por um metal inquieto.
Mental vividez.
De uma energia sutil, quebrante.
Clareza do ser.
Leveza da alma.
Leve-se pela inquietude. 
Conserte-se pelo entusiasmo que arrebata razões.
O raciocínio mais encantador se guia por traços contínuos de verdades contestadas.
Inverdades universais.
Avesso do estabelecido.
De ponta cabeça o trivial embaralha-se e vira irreal.
A irrealidade que ensina, que conjuga os melhores verbos fictícios.
Recria as tais palavras conhecidas.
Enrolam-se nos panos do lúdico.
Criam nações inteiras.
E assim,
Ao transbordar, criar, pulsar e transcender,
Arrematam mundos individuais.
Pontuam doutrinas solitárias, belas por suas singularidades.
Espaços solitários, ávidos.
Multicoloridos e inigualáveis.
Pensamentos humanos.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Epopéia Pueril


Cores quentes, mente viva, suaves brisas.
Se experimenta o vinho do eldorado, de dourados incandescentes é porque viveu.
Viveu de lamúrias enérgicas que se deslocam no tempo.
Assim...
Assim como passadas precisas que tanto percorrem por ruas brilhantes.
Cintilantes, coloridas, densas e dilacerantes.

Se curva por verdes de terras tão pessoais, tão literais.
Podem aquelas luzes trazerem tantas reviravoltas mirabolantes??
De nuvens e de noites são feitas todas as mesmas histórias efusivas.
Que rabiscam pentes de linhas laçantes.
Correm para o parque das ruínas de labirintos costurados por fios de plantas.
Fogem para castelos de lembranças milenares, de reis de dinastias distantes.

Não é mais por aquele caminho, por aquela grandiosidade que almeja transitar.
Nem por dentro de visões de esculturas de cerâmica, ouro branco, madeixa rústica.
Leveza do ser, apenas por ser o que não se é, mas que pode vir a ser.

E se cansa, se lança, se busca, se sofre, se transborda, se roda, se livra, se ri.
Se mata, se renasce, se acende, reacende, se troca, se torna, se canta, se voa, se mira, se choca, se vive, se vive, se vive.

Com todas as questões, com toda a ternura, se estica com panos de rasgos profundos.
Que ao se completarem, formam belos laços.
Da inexatidão, da imperfeição e da introversão se encontram todos os "ãos".
Que formam apenas uma.
Apenas uma.
Uma união.