quinta-feira, 12 de junho de 2008

Epopéia Pueril


Cores quentes, mente viva, suaves brisas.
Se experimenta o vinho do eldorado, de dourados incandescentes é porque viveu.
Viveu de lamúrias enérgicas que se deslocam no tempo.
Assim...
Assim como passadas precisas que tanto percorrem por ruas brilhantes.
Cintilantes, coloridas, densas e dilacerantes.

Se curva por verdes de terras tão pessoais, tão literais.
Podem aquelas luzes trazerem tantas reviravoltas mirabolantes??
De nuvens e de noites são feitas todas as mesmas histórias efusivas.
Que rabiscam pentes de linhas laçantes.
Correm para o parque das ruínas de labirintos costurados por fios de plantas.
Fogem para castelos de lembranças milenares, de reis de dinastias distantes.

Não é mais por aquele caminho, por aquela grandiosidade que almeja transitar.
Nem por dentro de visões de esculturas de cerâmica, ouro branco, madeixa rústica.
Leveza do ser, apenas por ser o que não se é, mas que pode vir a ser.

E se cansa, se lança, se busca, se sofre, se transborda, se roda, se livra, se ri.
Se mata, se renasce, se acende, reacende, se troca, se torna, se canta, se voa, se mira, se choca, se vive, se vive, se vive.

Com todas as questões, com toda a ternura, se estica com panos de rasgos profundos.
Que ao se completarem, formam belos laços.
Da inexatidão, da imperfeição e da introversão se encontram todos os "ãos".
Que formam apenas uma.
Apenas uma.
Uma união.